Senhor
Governador Pezão,
Venho através desta carta, como cidadã, lhe fazer
algumas perguntas que considero pertinentes, já que o senhor é um candidato ao
governo do estado em que eu moro e amo. Peço, então, por obséquio, que o senhor
se sente no meu divã por alguns minutos.
Tenho assistido aos seus programas eleitorais na TV
e o acompanho também em suas redes sociais. Seus marketeiros, por sinal, muito
bons, estão associando sua imagem a de um “candidato do povo”. Interessante estratégia,
considero. No entanto, tenho certas dúvidas e preciso esclarecê-las, narigão.
Ops! Pezão.
Seu governo e o de Cabral foi marcado por revoltas e
manifestações populares. Repito: populares. Se a gestão de vocês dois era
voltada para o povo, então por que milhares de pessoas foram às ruas protestar?
Era só micareta mesmo?! Pior que eu estive lá. Vi tanta plaquinha “Fora Cabral”
que agora, vendo o povo colocar o senhor, que é indicado por Cabral, no segundo
turno, eu concluo: Acho que estavam se referindo a Pedro Álvares Cabral e
estávamos em 22 de abril de 1500. Só pode! Melhor mesmo devolver o Brasil para
os índios e pedir desculpas.
O senhor foi vice de Cabral por sete anos. É fato
que Cabral nunca governou para os mais pobres, e sim para as elites. Ao longo
destes sete anos o senhor nunca pensou em pegar um helicóptero para ir à mansão
(que custa milhões) de Cabral em Mangaratiba, tomar um café com ele e com o
Juquinha para questionar quando ele faria política para os mais necessitados?
Nem que fosse em ano eleitoral, né? Só pra disfarçar.
E aquela história da ‘gangue dos guardanapos’? Por
que o senhor não disse a ele que aquilo pegaria mal? O povo aqui, comprando
promoção de restaurante no Groupon, e ele lá em Paris, poxa. Não pegou bem
isso.
No seu governo e de Cabral os bombeiros foram
chamados de “vândalos e irresponsáveis” e os médicos de vagabundos. Insultar classes
trabalhadoras é governar para o povo? Quem é mais vândalo: o que luta por seus
direitos ou aquele que tem poder para favorecer as classes desprivilegiadas e
não o faz?!
O seu governo e de Cabral, historicamente, foi o que
mais apresentou maracutaias, farsas, tramas, negociatas... O senhor não sabia
de nada, certo?! Diz que não...
Bem... Fazendo os cálculos, em janeiro de 2015, se o
senhor for reeleito mesmo, serão nove meses administrando o Estado. Estou
realmente preocupada com o que pode nascer no nono mês desta ‘gestação’.
Agradeço pela compreensão e mande um beijo para os
seus pais. Aproveita e diz pra sua mãe que eu conheço uma diarista que cobra
baratinho, caso ela esteja se cansando das tarefas domésticas.
Sem mais.
Ah! E cadê o Amarildo? O pessoal aqui da Pavuna o
conhecia também.
Atenciosamente,
Verônica Garcia.
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