quinta-feira, 23 de outubro de 2014

"O poder odeia a crítica"



Ninguém é obrigado a ser cristão. Logo, ninguém precisa concordar com esta visão. Simples.

De acordo com a Bíblia, todo governo (autoridade constituída) é permissão ou vontade de Deus.

Óbvio que não é responsabilidade de Deus as escolhas erradas que os governantes fazem. Afinal, Adolf Hitler matou 21 milhões de pessoas, Joseph Stalin matou 43 milhões e Mao Tsé-tung matou 77 milhões de seres humanos e eu jamais ousaria culpar Deus por isso. 

O raciocínio da maioria dos cristãos é que as autoridades devem ser respeitadas. E eu concordo. Mas esse discurso torna-se radical e extremista quando chegam a "proibir" críticas e questionamentos às autoridades, bem como a líderes. 

"Não toqueis no meu ungido" é frase que virou jargão em várias denominações ditas protestantes. Basta alguém criticar um líder que alguns defensores se "armam".

Não sei quem afirmou isso, mas é uma grande verdade: "O poder odeia a crítica". Não vou entrar nesta questão agora, mas as passagens em que a expressão "Não toqueis no meu ungido" aparece não se referem a um questionamento ético e moral dos "homens de Deus", mas sim a integridade física deles. Era para não tocar, não ferir. Não tinha nada a ver com 'não critique'.

O apóstolo Paulo, inclusive, quando chegou à cidade de Bereia, teve seus ensinamentos "julgados" ou examinados pelos bereanos e nem por isso eles foram vistos como rebeldes. Leia lá em Atos 17:11.

Agora, além das críticas que geralmente são coibidas pelos radicais extremistas cristãos, há também algumas passagens bíblicas que mostram como as autoridades constituídas por Deus foram desobedecidas para que um propósito maior fosse cumprido. As parteiras hebreias, mesmo tendo desobedecido às ordens de Faraó, foram abençoadas por Deus; Sadraque, Mesaque, Abdenego e Daniel da mesma forma.

E não podemos nos esquecer que, atualmente, a Bíblia Sagrada é contrabandeada na China. Sim, contrabandeada. Incoerência?! Não sei. Talvez propósitos maiores. 

O próprio Lutero, figura tão venerada por cristãos protestantes, era antissemita assumido e disse barbaridades a respeito dos judeus. Falou até em queimar as sinagogas, demolir as casas, confiscar livros de oração, proibir rabinos de ensinar sob pena de morte e banir judeus da sociedade. Sim, Lutero, aquele ícone da Reforma Protestante. Por isso, Hitler o considerava como uma das três grandes figuras da Alemanha e lançou mão dos fundamentos do antissemitismo no Terceiro Reich. 

Enfim... Por que falar de autoridades constituídas e abrir parênteses em questões polêmicas neste período? Porque estamos em tempos decisivos para o Brasil. Eu critico, sim, políticos corruptos e posto, sim, comentários a respeito de pastores/líderes que se vendem a estes políticos corruptos.

Vivo num país democrático (por mais que as urnas sejam fraudadas) e faço meus julgamentos de valor a quem quer que seja. Os julgamentos são meus, os direitos são meus e os erros (se eu estiver errada) também serão meus. Não é questão de levar escândalo para fora, mas quem não é do segmento precisa entender que existem cristãos que não concordam com os absurdos praticados por alguns.

Dilma? Aécio? Pezão? Crivella? Não sei. Particularmente, tenho minhas opções. Originalmente, não eram estas. Mas foi isto aí que me restou. Essa titica toda! 

Domingo vou às urnas (suscetíveis à fraudes) para escolher os "menos piores". Sou apenas uma num universo de 140 milhões de eleitores. Minha única certeza: entrará quem Deus permitir. A vontade Dele é soberana!

Um comentário: